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Trauma Abdominal

(HAC - PR - HOSPITAL ANGELINA CARON, 2024) Lesão esplênica em trauma abdominal demonstrado na figura abaixo, classifica-se como:

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

A classificação das lesões esplênicas é baseada na escala da American Association for the Surgery of Trauma, que é amplamente utilizada para avaliar a gravidade das lesões esplênicas e orientar o tratamento. A escala varia de Grau I a Grau V, sendo o Grau I o menos grave e o Grau V o mais grave.

  • Grau I: Hematoma subcapsular <10% da superfície esplênica ou laceração capsular <1 cm de profundidade.
  • Grau II: Hematoma subcapsular 10-50% da superfície esplênica ou hematoma intraparenquimatoso <5 cm de diâmetro; laceração capsular 1-3 cm de profundidade que não envolve vasos trabeculares.
  • Grau III: Hematoma subcapsular >50% da superfície esplênica ou expansivo, hematoma subcapsular rompido com sangramento ativo, ou hematoma intraparenquimatoso >5 cm ou expansivo; laceração >3 cm de profundidade ou envolvendo vasos trabeculares.
  • Grau IV: Laceração envolvendo vasos segmentares ou hilares com comprometimento vascular maior, devascularização esplênica de >25%.
  • Grau V: Baço completamente fragmentado ou desvacularizado.
Graus de lesões esplênicas.

Homem, 19 anos de idade, foi vítima de ferimento por arma branca no dorso. Na sala emergência encontrava-se: A: Via aérea pérvia. Saturação de oxigênio de 98% em ar ambiente. B: Ausculta pulmonar sem alteração. C: PA: 140 x 80 mmHg; FC: 90 bpm; Tempo de enchimento capilar normal. FAST abdominal negativo. D: Escala de Coma de Glasgow: 15. E: Ausência de dor abdominal; sondagem vesical com diurese clara. Toque retal sem alterações. Ferimento na lateral há região lombar há esquerda. Realizada radiografia de tórax na sala de emergência, que não evidenciou alterações. Realizada hemostasia local. Qual é a melhor conduta neste momento?

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

A questão foi anulada, mas vamos analisar e discutir os pontos importantes para consolidar o aprendizado.


O caso descreve um paciente jovem, vítima de ferimento por arma branca (FAB), que não apresentou alterações em nenhum dos parâmetros do protocolo de avaliação ABCDE. Além disso, o exame FAST estava negativo e a radiografia de tórax não revelou alterações, o que é algo pouco frequente em questões dessa natureza.


No entanto, há uma informação crucial que falta ser discutida: qual a profundidade do ferimento? Seria de extrema importância realizar uma exploração digital da região ferida e detalhar essa informação na questão. Se o ferimento realmente envolvesse o rompimento da parede abdominal posterior, atingindo órgãos retroperitoneais, a conduta apropriada seria levar o paciente diretamente para a sala de cirurgia, com o objetivo de explorar o abdômen e investigar possíveis complicações. Porém, essa informação não foi fornecida no enunciado.


Se o rompimento da parede abdominal posterior não tivesse ocorrido, seria possível seguir com a conduta de sutura e monitoramento do paciente.


Portanto, a questão não está completamente resolvida com as informações fornecidas.


No caso descrito, trata-se de um homem de 19 anos que sofreu ferimento por arma branca na região do dorso. Ao ser atendido na sala de emergência, os seguintes parâmetros foram observados:

  • A: Via aérea patente, saturação de oxigênio de 98% em ar ambiente.
  • B: Ausculta pulmonar sem alterações.
  • C: Pressão arterial de 140 x 80 mmHg, frequência cardíaca de 90 bpm, tempo de enchimento capilar normal, exame FAST abdominal negativo.
  • D: Escala de Coma de Glasgow: 15.
  • E: Ausência de dor abdominal, sondagem vesical com diurese clara, toque retal sem alterações.

Foi identificado um ferimento na região lombar esquerda, e uma radiografia de tórax foi realizada, não encontrando alterações. A hemostasia local foi realizada com sucesso.

Qual a melhor conduta neste momento?

Homem, 27 anos de idade, foi admitido no Serviço de Emergência após colisão de automóvel contra anteparo fixo. A: via aérea pérvia. Saturação de oxigênio de 92% em ar ambiente; B: dor à palpação do tórax à direita na região inferior e linha axilar média. Hematoma e crepitação no local da dor; C: FC:90bpm e PA: 130x70mmHg. D: Glasgow de 15. Pupilas sem alterações; E: Diurese clara. Dorso sem alterações. Abdome indolor a palpação. Realizada tomografia de abdome demonstrada a seguir: Qual é a melhor conduta?!

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Em casos de hérnia diafragmática traumática, a correção cirúrgica é necessária.


Vamos revisar um tema crucial para as provas de residência: trauma abdominal contuso. Neste caso, um paciente apresenta histórico de trauma toracoabdominal contuso, com sinais clínicos que, à primeira vista, não são completamente específicos. No entanto, devemos prestar atenção em alguns detalhes importantes, como: saturação de oxigênio de 92%, hematoma e crepitação no tórax à direita.


Na ausência de exames de imagem, poderia se suspeitar de uma fratura de arcos costais, por exemplo. Essa fratura pode causar dor significativa e interferir na ventilação do paciente. Porém, ao avaliarmos a tomografia computadorizada (TC), observamos a presença de conteúdo abdominal no hemitórax direito, o que confirma o diagnóstico de hérnia diafragmática.


Importante: As rupturas diafragmáticas traumáticas são mais frequentemente encontradas no lado esquerdo, mas, em casos de trauma fechado devido a acidentes com veículos motorizados – como no caso deste paciente – o lado direito também pode ser afetado.


Quando ocorre a herniação de órgãos abdominais, é necessário realizar a redução desses órgãos de volta à cavidade abdominal, o que deve ser feito por meio de laparotomia.


Agora, vamos analisar as alternativas da questão:


  • A: Correta – Como discutido, o paciente possui histórico de trauma toracoabdominal contuso e foi diagnosticado com hérnia diafragmática à direita, visualizada na TC. O tratamento indicado é a laparotomia.

  • B: Incorreta – A redução dos órgãos abdominais e a correção da lesão diafragmática devem ser realizadas por meio de laparotomia. A drenagem torácica feita de forma inadequada pode causar perfuração das vísceras herniadas.

  • C: Incorreta – A correção da hérnia diafragmática e a redução dos órgãos abdominais devem ser feitas através de laparotomia. Procedimentos alternativos, como drenagem torácica, podem agravar a situação.

  • D: Incorreta – A laparotomia é o melhor tratamento para o envolvimento de órgãos abdominais. Além de corrigir a lesão diafragmática, ela permite a avaliação do restante do abdome, para identificar e reparar outras lesões não detectadas pela imagem.

Portanto, a alternativa correta é a letra A.


Resumo do caso:

  • Homem, 27 anos, admitido após colisão de automóvel contra anteparo fixo.
  • Saturação de oxigênio: 92% em ar ambiente.
  • Dor à palpação do tórax à direita, com hematoma e crepitação.
  • Frequência cardíaca: 90 bpm; pressão arterial: 130x70 mmHg.
  • Glasgow: 15; pupilas sem alterações.
  • Diurese clara e dorso sem alterações.
  • Abdome indolor à palpação.
  • Tomografia abdominal realizada: diagnóstico de hérnia diafragmática.

São contra-indicações para realização de tomografia de abdome em paciente vitima de trauma, exceto:

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Resposta correta: letra E

Explicação da resposta correta:

Questão sobre Contraindicações para a Realização de Tomografia Computadorizada (TC) em Trauma Abdominal

O trauma abdominal pode ser classificado em dois tipos: trauma fechado (contusão abdominal) e trauma aberto (penetrante). O trauma fechado é geralmente causado por acidentes envolvendo veículos automotores, motocicletas, atropelamentos, quedas e agressões. Por outro lado, o trauma penetrante ocorre principalmente devido a ferimentos por arma de fogo ou arma branca.

De acordo com a 10ª edição do ATLS (Advanced Trauma Life Support), a Tomografia Computadorizada (TC) deve ser utilizada apenas em pacientes hemodinamicamente estáveis, nos quais não há necessidade imediata de uma laparotomia exploratória. Exemplos de situações que indicam laparotomia de emergência incluem ferimentos por arma de fogo com trajetória transperitoneal, sinais de irritação peritoneal ou sinais de penetração peritoneal (como evisceração). Além disso, as contraindicações relativas à realização da TC incluem: atraso na disponibilidade do exame, pacientes não cooperativos que não podem ser sedados com segurança e alergias ao contraste utilizado.

A questão apresentada busca identificar em qual situação a realização de TC é permitida, ou seja, onde não há contraindicação. No entanto, o enunciado não especificou detalhes cruciais como o tipo de ferimento penetrante (se por arma de fogo ou arma branca), sua localização anatômica, trajeto ou a condição hemodinâmica do paciente. Com base nisso, pode-se concluir que tanto traumas penetrantes quanto traumas fechados podem permitir a realização da TC.

Alternativas:

  • A - Incorreta: A evisceração é um dos critérios para a indicação de laparotomia exploratória imediata, não sendo um caso para TC.
  • B - Incorreta: A instabilidade hemodinâmica é uma contraindicação absoluta para a realização de tomografia computadorizada, pois a prioridade é estabilizar o paciente.
  • C - Incorreta: Pacientes agitados ou não cooperativos representam uma contraindicação relativa à realização de TC, especialmente se não puderem ser sedados de forma segura.
  • D - Correta: Como o enunciado não detalhou o tipo de ferimento penetrante, a anatomia ou a trajetória, a TC pode ser considerada uma ferramenta diagnóstica viável, sem contraindicação.
  • E - Correta: No trauma contuso, que não está indicado para laparotomia de emergência, a TC é útil para avaliar as lesões, desde que o paciente esteja hemodinamicamente estável.

Gabarito Oficial: Alternativa E.

Gabarito AzonoMED: Alternativas D e E.

Homem, 39 anos, vítima de ferimento único por arma branca em flanco esquerdo há 01 hora, foi transferido para um hospital de referência em trauma, consciente e orientado. Exame físico: saturação de O2= 100%, MV + bilateralmente, FC = 80 bpm, PA = 120 x 70 mmHg, abdome plano com discreta dor à palpação próximo ao local do ferimento, sem peritonismo. Realizada exploração do ferimento com evidência de violação peritoneal. RX de tórax, feito na sala de trauma, sem alterações. A próxima conduta nesse centro de referência em trauma é realizar

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

O paciente é um homem de 39 anos, que sofreu um ferimento único por arma branca no flanco esquerdo há 1 hora. Após a transferência para um hospital especializado em trauma, o paciente encontra-se consciente e orientado. Durante o exame físico, os sinais vitais são estáveis: a saturação de oxigênio é de 100%, o murmúrio vesicular está presente bilateralmente, a frequência cardíaca é de 80 bpm e a pressão arterial está em 120 x 70 mmHg. O abdome está plano, com discreta dor à palpação no local do ferimento, porém sem sinais de peritonismo. O RX de tórax realizado na sala de trauma não apresentou alterações. Ao ser explorado, o ferimento revelou violação peritoneal.

Considerando que o paciente está estável hemodinamicamente e não apresenta sinais de irritação peritoneal ou evisceração, a exploração local da ferida é a próxima conduta indicada. Caso a exploração revele lesões internas significativas, o paciente deve ser internado para observação, com exames físicos seriados e monitoramento da hemoglobina a cada 8 horas. Em situações como essa, devido à localização do ferimento no flanco e à estabilidade clínica do paciente, é fundamental solicitar uma tomografia computadorizada. Esse exame permitirá uma avaliação mais detalhada do traumatismo abdominal, especialmente das estruturas como fígado, baço e rins, além de fornecer uma visão mais clara do retroperitônio, que pode ser afetado pela lesão.

Sobre o trauma renal, considere as assertivas abaixo, utilizando V para verdadeiro e F para falso: ( ) As lesões de baixo grau (graus 1 a 3) são rotineiramente manejadas de forma conservadora.; ( ) As lesões de grau 3, 4 e 5 são melhor resolvidas com a intervenção cirúrgica.; ( ) As lesões de grau 3 são as mais controversas, com alguns especialistas sugerindo menor complicação e taxas de nefrectomia com manejo operatório agressivo e outros reservando tais intervenções para pacientes com indicações hemodinâmicas claras para cirurgia. A sequência correta para as afirmativas acima é:

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

Trauma renal é uma condição que, apesar de não ser frequentemente abordada nas provas, exige atenção, pois pode aparecer em exames de medicina. As lesões renais são classificadas em cinco graus, sendo os de graus I, II e III considerados menores e tratados de forma conservadora. Já as lesões de graus IV e V são mais graves, com manejo que varia dependendo do grau da lesão.

As lesões de grau I envolvem hematomas subcapsulares ou contusões renais, enquanto as de grau II se caracterizam por lacerações de até 1 cm de profundidade, sem extravasamento urinário. As lesões de grau III apresentam lacerações maiores, acima de 1 cm, mas ainda sem extravasamento urinário. Já as lesões de grau IV são mais complexas, envolvendo o sistema coletor com extravasamento urinário, lesões vasculares renais segmentares, infartos renais ou até rupturas ureteropélvicas. Por fim, as lesões de grau V são as mais graves, com o rim rompido ou desvascularizado, acompanhadas de sangramento ativo e laceração ou avulsão dos vasos renais principais.

Com base nesses dados, a maioria das lesões de graus I a III pode ser tratada conservadoramente. Em contrapartida, a lesão de grau IV possui manejo controverso, com tendência crescente para tratamento não operatório, enquanto a lesão de grau V quase sempre requer intervenção cirúrgica, geralmente com nefrectomia.

  • Assertiva I – Verdadeira: As lesões de grau I a III, como mencionado, são tratadas de maneira conservadora na maioria das vezes.
  • Assertiva II – Falsa: A lesão de grau III é tratada conservadoramente, enquanto a de grau IV, apesar de controversa, tem se mostrado mais passível de tratamento não operatório. A lesão de grau V, sim, exige a intervenção cirúrgica.
  • Assertiva III – Falsa: A definição fornecida se refere à lesão de grau IV, e não à de grau III, como indicado na assertiva.

Com isso, a sequência correta das afirmações é: V-F-F, o que corresponde à alternativa C.

Um paciente de 34 anos, motorista de caminhão, chega ao pronto-socorro após um acidente automobilístico. Ele está consciente, porém muito agitado, com extremidades frias e úmidas, e queixa-se de dor intensa no abdome. Na avaliação inicial, apresenta PA = 80/50 mmHg e FC = 130 bpm. O exame físico revela abdome distendido, com equimoses em região periumbilical e dor à palpação profunda, especialmente no quadrante superior esquerdo. Foi realizada uma infusão rápida de 1.000 ml de solução cristaloide, sem melhora significativa dos sinais vitais. Qual é a conduta mais apropriada para este paciente?

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

Nesse caso, temos um paciente com sinais claros de choque hipovolêmico, associado a um trauma abdominal fechado. A abordagem inicial do trauma abdominal visa determinar a necessidade de intervenção cirúrgica. No caso apresentado, o paciente está hemodinamicamente instável, apesar da reposição volêmica inicial. A distensão abdominal e as equimoses em região periumbilical são indicativos de lesão intra-abdominal significativa. O exame físico em pacientes com trauma abdominal pode ser um desafio, especialmente se houver rebaixamento do nível de consciência ou outras lesões associadas que possam mascarar os sinais clínicos de lesão intra-abdominal. No entanto, a instabilidade hemodinâmica persistente após reposição volêmica é um sinal crucial que aponta para a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. A tomografia computadorizada de abdome é um exame importante para a avaliação detalhada das lesões abdominais em pacientes estáveis. Entretanto, em pacientes instáveis, a prioridade é a intervenção cirúrgica para controle do sangramento e correção das lesões viscerais. A laparotomia exploradora é indicada nesses casos para identificar e tratar a fonte de sangramento e outras lesões graves.

Agora vamos analisar as alternativas:
  • Alternativa A: Observar e realizar uma nova avaliação em 30 minutos. Esta abordagem não é adequada para pacientes hemodinamicamente instáveis com sinais de lesão intra-abdominal. A observação sem intervenção pode resultar em deterioração clínica rápida.
  • Alternativa B: Solicitar uma tomografia computadorizada de abdome com contraste. Embora a TC seja útil em pacientes estáveis, neste caso, a instabilidade hemodinâmica persistente exige uma abordagem mais agressiva e imediata.
  • Alternativa C: Realizar uma laparotomia exploradora. Correta. A laparotomia exploradora é indicada em pacientes com sinais de instabilidade hemodinâmica e suspeita de lesão intra-abdominal grave. Esta abordagem permite a identificação e correção imediata das lesões.
  • Alternativa D: Proceder com a administração de 2 unidades de concentrado de hemácias. A administração de hemocomponentes pode ser necessária, mas não substitui a necessidade de intervenção cirúrgica imediata em pacientes instáveis com sinais de lesão intra-abdominal grave.

Ana, 45 anos, foi vítima de um atropelamento e apresenta dor abdominal difusa e equimose periumbilical (sinal de Cullen). Qual é a causa mais provável desse sinal?

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

Uma questão clássica do trauma com um toque de semiologia: a paciente apresenta o sinal de Cullen, caracterizado por equimose periumbilical. Este sinal é indicativo de hemorragia intraperitoneal, frequentemente associada a pancreatite aguda (o sangramento resulta na infiltração do sangue nos tecidos subcutâneos ao redor do umbigo, levando à descoloração característica) ou ruptura de órgãos intra-abdominais (mais comum em casos de trauma abdominal grave, quando há hemorragia interna - isso nos leva à pensar em lesão visceral ou vascular). O sinal de Grey-Turner é uma manifestação clínica que indica a presença de hemorragia retroperitoneal ou intraperitoneal. Ele é caracterizado pela presença de equimoses ou manchas azuladas a arroxeadas nos flancos, que resultam da infiltração de sangue no tecido subcutâneo. Este sinal é um indicador de hemorragia significativa e pode ser observado em várias condições clínicas graves. Os achados do sinal de Grey-Turner, juntamente com o sinal de Cullen, ocorrem devido à drenagem de líquido hemorrágico ao longo dos planos das fáscias, infiltrando o tecido subcutâneo. A presença destes sinais sugere que o sangue está se espalhando pelos tecidos e não está contido, o que geralmente indica uma lesão interna grave.

Explicação das alternativas:
  • A) Ruptura esplênica - Incorreto. Pode causar dor abdominal e hemorragia, mas não está diretamente associada ao sinal de Cullen.
  • B) Hemorragia intraperitoneal - Correto. Sinal de Cullen é indicativo de hemorragia intraperitoneal.
  • C) Ruptura de bexiga - Incorreto. Pode causar dor e distensão abdominal, mas não está associada ao sinal de Cullen.
  • D) Lesão renal - Incorreto. Pode causar hematúria e dor no flanco, mas não o sinal de Cullen.

Homem, 45 anos de idade, vítima de ferimento por arma branca (faca de cozinha) em região abdominal, durante tentativa de assalto. Trazido por familiares ao pronto socorro, com tempo de transporte de 20 minutos. Admissão: paciente contactante, fonação preservada, ausculta torácica sem alterações, frequência respiratória: 20 incursões/minuto, saturação periférica de O₂, em ar ambiente: 97%, frequência cardíaca: 88 batimentos/minuto, pressão arterial: 110 x 90 mmHg. Abdome plano com ferida corto contusa, de 3cm em região de flanco direito, com pequeno sangramento local. Na tentativa de exploração digital, não foi possível definir se houve penetração na cavidade. Qual deve ser a conduta inicial neste caso?

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Trauma por arma branca: conduta inicial

Quando um paciente é vítima de trauma por arma branca, a abordagem inicial depende da localização da lesão e do estado hemodinâmico do paciente. No caso de um paciente estável, a estratégia de manejo varia conforme a topografia da lesão.

Lesões abdominais anteriores: Se a ferida for localizada na parte anterior do abdome, a primeira conduta deve ser realizar uma exploração digital da ferida. Caso a ferida tenha penetrado na cavidade peritoneal, existem duas opções de manejo: a realização de laparotomia exploradora imediata ou a observação clínica do paciente por 24 horas, com hemograma a cada 8 horas. A escolha entre essas opções depende da estabilidade hemodinâmica do paciente, sendo que, em situações de estabilidade, a observação clínica tem se mostrado uma alternativa válida.

Lesões no flanco ou região posterior: Para traumas nessas regiões, é indicado realizar uma tomografia computadorizada (TC) com contraste triplo (venoso, oral e retal) para avaliar possíveis lesões no retroperitônio. Se houver dúvida no diagnóstico, pode ser indicada uma laparoscopia posteriormente.

Exemplo clínico:

Considerando um caso de um homem de 45 anos que sofreu ferimento por arma branca (faca de cozinha) na região abdominal durante tentativa de assalto, ele é trazido ao pronto-socorro por familiares após 20 minutos de transporte. Ao exame, o paciente está contactante, com sinais vitais estáveis (frequência respiratória: 20 incursões/minuto, saturação de O₂: 97%, frequência cardíaca: 88 bpm, pressão arterial: 110 x 90 mmHg). O exame físico revela um abdome plano com uma ferida corto-contusa de 3 cm no flanco direito, com pequeno sangramento. Não foi possível determinar, por meio da exploração digital, se a ferida penetrou na cavidade peritoneal. Nesse cenário, a conduta inicial deve ser solicitar uma tomografia computadorizada com contraste triplo para avaliar o retroperitônio e excluir lesões viscerais.

Análise das alternativas:

  • A: Incorreta: A laparotomia exploradora é indicada em casos de instabilidade hemodinâmica, peritonite ou evisceração, não sendo a primeira escolha para este caso.
  • B: Incorreta: A observação clínica poderia ser uma opção para lesões no abdome anterior, mas o uso de antibióticos não é indicado de forma rotineira.
  • C: Incorreta: A TC com triplo contraste é a conduta inicial para lesões no flanco. A laparoscopia seria indicada em caso de suspeita de lesão diafragmática.
  • D: Correta: No trauma por arma branca em flanco, a indicação correta é solicitar uma TC com contraste venoso para avaliar lesões retroperitoneais, como indicado no caso clínico.

Resposta correta: Alternativa D

Marcos, 50 anos, é encontrado inconsciente após uma queda de 3 metros. Na avaliação inicial, apresenta hipotensão, taquicardia e dor à palpação do epigástrio. A tomografia de abdome revela líquido livre na cavidade peritoneal. Qual é o manejo inicial mais apropriado?

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

O paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico e dor à palpação do epigástrio, sugerindo lesão intra-abdominal com hemorragia. A presença de líquido livre na tomografia confirma a suspeita de hemorragia intra-abdominal. O manejo inicial envolve estabilização hemodinâmica com reposição volêmica agressiva e preparação para laparotomia exploradora para controle da hemorragia. A laparotomia permite a exploração direta da cavidade abdominal e a reparação de lesões. Em casos de trauma abdominal com choque, a intervenção cirúrgica imediata é crucial para prevenir o agravamento da condição e melhorar a sobrevida do paciente. Lembre-se que comumente o FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é referido nas provas. Você provavelmente já ouviu falar dele nas aulas de cirurgia. Ele é um método rápido e eficiente para detectar líquido livre em pacientes com trauma abdominal e é frequentemente utilizado na avaliação inicial para decidir sobre a necessidade de laparotomia.

Explicação das alternativas:
  • A) Laparotomia exploradora - Correto. Indicado para controle da hemorragia em paciente com sinais de choque e líquido livre na cavidade peritoneal.
  • B) Observação clínica - Incorreto. Não é apropriado devido à instabilidade hemodinâmica do paciente.
  • C) Angiografia com embolização - Incorreto. Pode ser útil em alguns casos de sangramento localizado, mas não substitui a necessidade de laparotomia em pacientes instáveis.
  • D) Laparoscopia diagnóstica - Incorreto. Útil para diagnóstico em pacientes estáveis, mas não é o manejo inicial em casos de choque e suspeita de hemorragia ativa.

(FAMERP - FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, 2024) Um jovem de 17 anos, procura atendimento médico na emergência de um hospital terciário, com queixa de dor em ombro direito após queda de motocicleta em rodovia. Após uma avaliação inicial, como encontrava-se hemodinamicamente normal, foi solicitado uma tomografia de abdome devido a presença de dor a palpação em hipocôndrio direito. A tomografia evidenciou uma lesão esplênica Grau IV, com presença de "blush" em terço superior do baço. Com relação ao tratamento não operatório do trauma esplênico, podemos afirmar que:

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Vem cá pra mais uma, futuro residente. O manejo do trauma esplênico depende da estabilidade hemodinâmica do paciente, da extensão da lesão e da presença de sinais de sangramento ativo. Lesões esplênicas Grau IV são graves, pois envolvem lacerações profundas e podem comprometer a vascularização segmentar do baço.

Graus de lesões esplênicas.
A presença de "blush" no exame de tomografia computadorizada indica extravasamento de contraste, que é um sinal de sangramento ativo. Historicamente, esse achado era uma indicação para laparotomia exploradora. No entanto, com os avanços em técnicas de intervenção radiológica, como a arteriografia com angio-embolização, é possível manejar esses casos de forma conservadora, especialmente em pacientes hemodinamicamente estáveis. A arteriografia com angio-embolização tornou-se uma ferramenta crucial no manejo do trauma esplênico, permitindo controlar o sangramento sem a necessidade de cirurgia em muitos casos.
Vamos analisar as alternativas:
  • Alternativa A: A queda de dois pontos na hematimetria indica laparotomia exploradora. Incorreta. Uma queda na hematimetria é um sinal de sangramento, mas não necessariamente uma indicação absoluta para laparotomia. Deve-se considerar a estabilidade hemodinâmica e outros achados clínicos e de imagem.
  • Alternativa B: Mesmo após a arteriografia, a laparotomia exploradora deve ser indicada. Incorreta. A arteriografia com angio-embolização pode controlar o sangramento, evitando a necessidade de laparotomia em pacientes estáveis.
  • Alternativa C: A presença de "blush" na tomografia impossibilita o tratamento não operatório. Incorreta. Embora a presença de "blush" indique sangramento ativo, a arteriografia com angio-embolização pode ser utilizada para controle do sangramento, possibilitando o tratamento não operatório.
  • Alternativa D: A arteriografia com angio-embolização ajudaria a manter o tratamento não operatório. Correta. A arteriografia com angio-embolização é uma técnica eficaz para controlar o sangramento em lesões esplênicas com "blush", permitindo o manejo conservador em pacientes estáveis.
MACETE AZONO!MED:
Em pacientes com lesões esplênicas e achados de blush na TC, a arteriografia com angio-embolização deve ser considerada como uma opção viável para evitar a cirurgia, desde que o paciente esteja hemodinamicamente estável. Essa técnica permite o controle eficaz do sangramento, preservando a função esplênica.

A cirurgia de controle de danos no trauma abdominal tem como princípios:

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

A cirurgia de controle de danos é indicada para pacientes críticos que não têm condições de passar por uma intervenção cirúrgica completa devido ao estado clínico debilitado. O objetivo principal dessa abordagem é agir rapidamente, com foco em três aspectos essenciais: controlar a hemorragia, limitar a contaminação e garantir que os órgãos vitais recebam um fluxo sanguíneo adequado.

Em geral, essa intervenção envolve uma sequência de quatro etapas:

  • Exploração e empacotamento: Consiste em explorar os quatro quadrantes do abdome, iniciando pela área que apresenta o sangramento mais grave.
  • Controle da hemorragia: Órgãos não vitais que sofreram lesões graves, como o baço, geralmente são removidos. Já os órgãos essenciais que foram severamente danificados são protegidos por meio de empacotamento.
  • Controle da contaminação: Para evitar a propagação de infecção, vísceras perfuradas são clampeadas ou removidas. Quando há ressecção do intestino, a continuidade do órgão não é restaurada imediatamente.
  • Fechamento temporário do abdome: A cavidade abdominal é fechada de forma provisória, para garantir a estabilidade do paciente até uma nova intervenção.


A aplicação dessa abordagem no contexto do trauma abdominal segue princípios fundamentais, que visam preservar a vida do paciente até que condições mais estáveis sejam alcançadas para uma cirurgia definitiva.

Paciente masculino,60 anos em quinto dia de pós operatório de gastrectomia total por adenocarcinoma de estômago, via aérea definitiva apresenta aumento da pressão da via aérea, oligúria progressiva, hipotensão, dor abdominal com abdome distendido e tenso. Aferida pressão intra abdominal PIA através de cateter vesical com valor de 26mmHg. Assinale a alternativa CORRETA:

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Olá, aluno! Vamos revisar um ponto importante relacionado ao trauma abdominal, mais especificamente sobre a hipertensão intra-abdominal (HIA). Esse quadro pode ter diversas implicações clínicas, e a síndrome compartimental abdominal é uma das complicações mais graves associadas ao trauma. Quando há um aumento significativo na pressão intra-abdominal, isso pode afetar várias funções vitais do corpo, como a redução do débito cardíaco, do retorno venoso, e da perfusão pulmonar, além de prejudicar a mecânica ventilatória devido à compressão do diafragma.

Com o aumento da pressão intra-abdominal, podemos observar também a diminuição da perfusão mesentérica, levando a edema, isquemia, e até translocação bacteriana, o que pode evoluir para uma sepse. Para confirmar a presença de HIA, é essencial aferir a pressão intra-abdominal utilizando uma sonda vesical de Foley acoplada a um transdutor de pressão. O valor considerado normal para a pressão intra-abdominal é < 8 mmHg, mas é importante lembrar que indivíduos obesos ou gestantes podem apresentar valores superiores sem que isso tenha repercussões clínicas significativas.

Valores de pressão intra-abdominal entre 12 mmHg e 20 mmHg são indicativos de HIA e podem estar associados à disfunção orgânica. A graduação da HIA é feita com base nesses valores, e a intervenção varia conforme a gravidade do quadro. No caso da HIA grau 2, a abordagem inicial é a descompressão não cirúrgica, utilizando relaxantes musculares, sedação, paracentese de ascite e outras medidas de suporte. Já para a HIA grau 3, a descompressão cirúrgica gradual é indicada para evitar complicações como lesões de reperfusão.

Vamos agora analisar as alternativas para o caso específico apresentado:

  • Alternativa A - Incorreta: O paciente apresenta uma pressão intra-abdominal superior a 25 mmHg, o que caracteriza HIA grau 4, e não HIA grau 3, como sugerido aqui.
  • Alternativa B - Incorreta: Embora a pressão intra-abdominal esteja acima de 20 mmHg, o quadro descrito exige descompressão cirúrgica, indicando uma situação mais grave do que o sugerido aqui.
  • Alternativa C - Incorreta: O paciente está com HIA grau 4, e não grau 3 como propõe a alternativa, o que requer uma abordagem cirúrgica imediata.
  • Alternativa D - Correta: O paciente apresenta sinais de choque circulatório, o que configura uma síndrome compartimental abdominal com indicação clara para descompressão cirúrgica.

Portanto, a alternativa correta é a letra D.

Sobre as laparotomias exploradoras no trauma abdominal fechado, assinale a alternativa CORRETA:

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Questão sobre Trauma Abdominal Fechado e Laparotomia Exploratória

O trauma abdominal refere-se a lesões causadas diretamente na região abdominal ou que resultam em danos às estruturas localizadas nessa área. A avaliação e manejo desse tipo de trauma dependem de vários fatores, como o mecanismo do trauma, a intensidade das forças envolvidas, o local do ferimento e o estado hemodinâmico do paciente, os quais orientam a escolha dos métodos de avaliação da cavidade abdominal e pélvica. O trauma pode ser classificado como fechado ou penetrante:

  • Trauma fechado: Ocorre sem penetração ou abertura da pele ou de outras camadas do corpo. Esse tipo de trauma pode resultar em compressão ou esmagamento de órgãos abdominais e pélvicos.
  • Trauma penetrante: É caracterizado pela ruptura da pele e dos tecidos subjacentes, como em ferimentos causados por armas brancas ou projéteis de arma de fogo.

Quando um paciente apresenta uma lesão abdominal, é essencial identificar possíveis danos na área afetada e iniciar um tratamento adequado, muitas vezes envolvendo intervenção cirúrgica. A laparotomia está indicada em situações de trauma abdominal com sinais clínicos de hemorragia ou em casos de ferimentos penetrantes, como os causados por arma branca ou arma de fogo, que resultam em penetração da cavidade peritoneal ou evisceração.

É importante destacar que, ao realizar uma Tomografia Computadorizada (TC), o paciente deve ser transportado adequadamente e o exame requer o uso de contraste endovenoso. Além disso, é necessário avaliar não apenas o abdômen superior e inferior, mas também a pelve e o tórax inferior. A TC é indicada quando o paciente está hemodinamicamente estável e não há necessidade imediata de laparotomia, pois a tomografia pode fornecer informações detalhadas sobre lesões nos órgãos abdominais e pélvicos. Ela é útil para detectar lesões retroperitoneais e pélvicas, cujas avaliações por métodos como exame físico, FAST ou LPD podem ser difíceis.

Análise das alternativas:

  • A - Incorreta: A laparotomia é indicada em casos de trauma abdominal com evidências clínicas de hemorragia ou quando há penetração da cavidade peritoneal e evisceração. Portanto, a alternativa está equivocada.
  • B - Incorreta: A laparotomia deve ser considerada em casos de trauma abdominal com sinais de hemorragia e em ferimentos penetrantes, como os causados por arma branca ou de fogo. Assim, esta alternativa também está incorreta.
  • C - Incorreta: A laparotomia é, de fato, indicada nesses casos de trauma abdominal, pois ela permite a identificação de lesões e a realização de intervenções cirúrgicas. Portanto, a alternativa está errada.
  • D - Correta: Apesar da realização de uma TC, a laparotomia pode ser indicada, especialmente em situações onde há a presença de retropneumoperitônio, como mencionado na questão. Isso evidencia que, mesmo após a tomografia, pode ser necessária uma correção cirúrgica imediata.

Resposta correta: Alternativa D