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Trauma Abdominal

Dentre as afirmativas abaixo, assinale a situação que contra indica o lavado peritoneal diagnóstico.

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) – Indicações e Contraindicações

O Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) é uma técnica utilizada em pacientes com trauma fechado que não apresentam indicação para cirurgia imediata. Ele pode ser indicado nas seguintes situações:

  • 1) Hipotensão ou choque em caso de politrauma sem uma causa evidente.
  • 2) Contusão abdominal com exame físico comprometido devido à redução do nível de consciência.
  • 3) Situações em que o abdômen é uma possível fonte de sangramento.

Em resumo, o LPD é útil em pacientes não responsivos (como nos casos de Traumatismo Cranioencefálico – TCE ou intoxicações exógenas) e/ou com hipotensão sem uma causa aparente, em pacientes com múltiplas lesões sistêmicas onde o sangramento pode originar-se do abdômen, pelve, entre outras áreas.

Contraindicações Absolutas do LPD

As contraindicações absolutas para o uso do LPD são os sinais ou sintomas que indicam a necessidade de uma laparotomia exploradora, o que é indicado em situações mais graves. Examinemos essas condições:

  • Alternativa B - Correta: Pneumoperitônio, peritonite e trauma penetrante com evisceração são condições que contraindicam o LPD.
  • Alternativa E - Incorreta: A estabilidade hemodinâmica não é uma contraindicação para o LPD. Embora o paciente esteja estável, se houver sinais de trauma abdominal, o procedimento ainda pode ser indicado, com a realização de exames como o LPD ou FAST antes de uma tomografia computadorizada (TC), se necessário. Caso o exame do LPD seja positivo, a TC com contraste pode ser feita, seguida de cirurgia, caso necessário. No entanto, se o paciente estiver instável e o exame for positivo, a laparotomia é indicada.
  • Alternativas A, C e D - Incorretas: Essas alternativas apresentam situações em que o LPD seria indicado, portanto, são incorretas.

Características do LPD

O LPD possui alta sensibilidade para detectar hemorragia intra-abdominal (98%), sendo um procedimento rápido, simples e sem a necessidade de equipamentos sofisticados. No entanto, sua especificidade é baixa, o que significa que ele não é capaz de diagnosticar as seguintes condições:

  • Lacerações diafragmáticas;
  • Lesões na porção extraperitoneal da bexiga;
  • Hematomas retroperitoneais;
  • Pequenas lesões intestinais;
  • Lesões em órgãos como pâncreas, rim e duodeno.

Como o LPD é realizado?

O LPD é realizado através da inserção de um cateter de diálise peritoneal, utilizando a técnica de Seldinger ou por incisão infraumbilical, que é mais segura e rápida.

Critérios para o LPD ser considerado positivo:

  • 1. Saída de mais de 10 ml de sangue na aspiração inicial após abertura do peritônio;
  • 2. Saída de sangue durante a drenagem do líquido infundido;
  • 3. Mais de 100.000 hemácias por campo ou 500 leucócitos no exame do líquido de retorno;
  • 4. Saída de restos alimentares, bile ou material fecal.

No caso de ferimentos penetrantes por arma branca na região toracoabdominal, devido ao risco de lesão diafragmática, qualquer valor superior a 5.000 hemácias/mm é considerado positivo.

Conclusão: A alternativa correta é a letra B, pois a presença de pneumoperitônio, peritonite ou trauma penetrante com evisceração contraindica o LPD.

Qual é o exame de escolha para avaliação de lesões abdominais em um paciente hemodinamicamente estável com trauma abdominal fechado?

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

Em pacientes hemodinamicamente estáveis com trauma abdominal fechado, a tomografia computadorizada é SEMPRE o exame de escolha. A TC fornece imagens detalhadas que ajudam a identificar lesões em órgãos sólidos, vasos sanguíneos e outras estruturas. A ultrassonografia FAST pode ser utilizada inicialmente para avaliação rápida, mas a TC é superior na detecção de lesões específicas e na determinação do manejo adequado. Quando a TC é realizada com contraste, conseguimos identificar extravasamento de sangue e lesões vasculares. Isso nos ajuda a planejar a intervenção cirúrgica ou conservadora.

Explicação das alternativas:
  • A) Radiografia abdominal - Incorreto. Não oferece detalhes suficientes para avaliação de lesões abdominais.
  • B) Lavado peritoneal diagnóstico - Incorreto. Útil em certos casos, mas menos sensível e específico que a TC.
  • C) Tomografia computadorizada  - Correto. Exame de escolha para avaliação detalhada de lesões abdominais.
  • D) Ultrassonografia - Correto. Útil para avaliação rápida, mas não substitui a TC para detalhes.

Um paciente de 63 anos de idade, vítima de atropelamento há cerca de 40 minutos, chegou à sala de emergência queixando-se de dor em hemitórax direito e abdome. Ao exame, encontrava-se com Glasgow 15, pulso de 92 bpm, PA = 140 mmHg X 90 mmHg e presença de escoriação em região toracoabdominal à direita. Apresentava murmúrio vesicular presente bilateralmente e abdome plano, flácido, pouco doloroso em hipocôndrio direito. Realizou tomografia computadorizada de abdome, que mostrou moderada quantidade de líquido na cavidade, com uma lesão hepática grau III em segmentos V e VI, com presença de blush, sem outras lesões avaliadas. A respeito desse caso clínico, julgue os itens: O líquido livre na cavidade pode ser justificado apenas em razão da presença da lesão hepática.

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Lesões hepáticas e sangramento abdominal: Um paciente de 63 anos foi atropelado há cerca de 40 minutos e apresentava queixa de dor no hemitórax direito e abdome. No exame inicial, ele estava com Glasgow 15, pulso de 92 bpm, PA de 140/90 mmHg e escoriação na região toracoabdominal à direita. O exame pulmonar revelava murmúrio vesicular bilateral, enquanto o abdome estava plano, flácido e levemente doloroso no hipocôndrio direito. A tomografia computadorizada de abdome indicou uma quantidade moderada de líquido livre na cavidade abdominal, além de uma lesão hepática grau III nos segmentos V e VI, com presença de blush e sem outras lesões detectadas.

Possível causa do líquido livre: Em casos como o descrito, a presença de líquido livre na cavidade abdominal pode ser explicada pela ruptura do parênquima hepático, que leva ao sangramento e à formação de hemoperitônio. A lesão hepática grau III, conforme observada na tomografia, pode resultar tanto em laceração subcapsular quanto em hematoma, ambos possíveis causadores de hemorragia interna e líquido na cavidade abdominal.

Afirmativa correta: A afirmação de que o líquido livre na cavidade abdominal pode ser justificado pela lesão hepática está correta. A ruptura do parênquima hepático pode causar o sangramento que resulta em hemoperitônio, um acúmulo de sangue na cavidade abdominal, como demonstrado no caso clínico. Portanto, o gabarito correto é a alternativa A.

  • A: Correta – A lesão hepática pode, de fato, ser responsável pela presença de líquido livre devido ao sangramento que ocorre no hemoperitônio.

Considere um paciente vítima de trauma absominal fechado, com sintomas abdominais discretos, clinicamenete estável e uma TC de abdome apresentando pequena quantidade de líquido livre intra-abdominal, sem ruptura de vísceras maciças e sem pneumoperiôneo. Em relação a esse caso, assinale a alternativa CORRETA:

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

Qual a melhor conduta cirúrgica a ser tomada em Paciente vítima de ferimento por arma branca, com lesão de 45% da circunferência do cólon transverso estável hemodinamicamente, após 2 horas do momento do trauma?

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Questão sobre conduta cirúrgica em lesões intestinais traumáticas

Esta questão aborda lesões intestinais resultantes de violência, um tema recorrente nas provas de cirurgia geral. O paciente, vítima de ferimento por arma branca, apresenta uma lesão de 45% da circunferência do cólon transverso e encontra-se clinicamente estável, com o trauma ocorrido há duas horas.

As alternativas propõem diferentes abordagens para o tratamento da lesão. É fundamental entender que, em casos de lesões intestinais isoladas e de pequena extensão, a rafia primária é o procedimento de escolha. Esse procedimento deve ser realizado durante a laparotomia exploradora, e é indicado para a maioria dos pacientes (aproximadamente 90%) que apresentam lesões sem comprometimento significativo do intestino ou envolvimento de estruturas nobres, como a papila duodenal.

Em situações de lesões mais extensas ou complicadas, como as causadas por armas de fogo de alto calibre ou outros instrumentos classificados como armas de guerra, pode ser necessário desviar o trânsito intestinal por meio da confecção de uma ostomia. As ostomias são indicadas em casos em que há necessidade de desviar o trânsito das áreas comprometidas, como no câncer intestinal, gangrena de volvo sigmoide ou trauma extenso de segmentos intestinais.

Portanto, considerando o quadro clínico do paciente, a conduta cirúrgica mais adequada é a rafia primária da lesão, indicada na letra A.

  • A: Correta – Rafia primária é indicada em lesões de pequena extensão e quando o paciente está estável.

Lucas, 25 anos, sofreu uma queda de cavalo e apresenta dor abdominal intensa e sinais de choque. A ultrassonografia FAST mostra líquido livre. Qual é a lesão mais provável?

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Em pacientes com trauma abdominal fechado e sinais de choque, a presença de líquido livre na ultrassonografia FAST sugere hemoperitônio, frequentemente causado por ruptura de órgãos sólidos como o baço ou o fígado. No contexto de uma queda de cavalo, a ruptura esplênica é altamente provável. A ruptura esplênica pode levar a hemorragia significativa, necessitando de intervenção cirúrgica imediata para controle do sangramento e estabilização do paciente.

LEMBRE-SE DA SEMIOLOGIA:
Você sabia que a ruptura esplênica pode apresentar o sinal de Kehr, que é a dor referida no ombro esquerdo devido à irritação do nervo frênico? Este sinal é um indicador importante em traumas esplênicos.
Explicação das alternativas:
  • A) Ruptura esplênica - Correto. Lesão comum em traumas contusos com presença de líquido livre e sinais de choque.
  • B) Perfuração intestinal - Incorreto. Pode causar peritonite, mas menos provável com base no mecanismo de trauma.
  • C) Lesão renal - Incorreto. Pode causar hematúria, mas menos provável com líquido livre significativo.
  • D) Hematoma retroperitoneal - Incorreto. Pode causar dor e distensão, mas menos provável com base nos achados clínicos.

Homem, 53 anos, é admitido no serviço de urgência com a lesão demonstrada na figura a seguir. . Foi realizado desbridamento e antibioticoterapia conforme imagem apresentada a seguir. . A partir da evolução apresentada, qual é a conduta mais adequada neste momento?

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

Em casos de gangrena de Fournier com comprometimento perianal, após os cuidados iniciais, a colostomia em alça é indicada.

A gangrena de Fournier é uma condição de emergência extremamente grave e com risco elevado de óbito. Trata-se de uma fasciite necrotizante que se propaga rapidamente e afeta as regiões perineal, genital e perianal. Essa infecção polimicrobiana é causada por uma combinação de microrganismos aeróbios e anaeróbios, resultando em trombose vascular, isquemia e necrose tanto do tecido subcutâneo quanto das fáscias. Existem vários fatores que predispõem ao desenvolvimento dessa condição, como diabetes mellitus, imunossupressão, alcoolismo, obesidade, intervenções cirúrgicas na área urológica ou anorretal e traumas locais.

A patogênese dessa condição envolve a interação de diversos patógenos que contribuem para a rápida destruição dos tecidos. O mecanismo é caracterizado pela liberação de enzimas e toxinas pelas bactérias, levando a uma resposta inflamatória intensa, edema, trombose nos pequenos vasos e, eventualmente, necrose tecidual. O quadro clínico geralmente se manifesta por dor intensa nas regiões genital ou perineal, edema, eritema, presença de crepitação devido à formação de gás nos tecidos e febre.

O tratamento inicial da gangrena de Fournier envolve medidas de suporte hemodinâmico, administração de antibióticos de amplo espectro de forma empírica e a realização de uma intervenção cirúrgica para o desbridamento agressivo dos tecidos necrosados. Esse desbridamento é fundamental para diminuir a carga bacteriana e eliminar fontes de toxinas.

Após o desbridamento, a decisão sobre a melhor estratégia para o manejo do tecido exposto e ainda infectado é crucial. A seguir, são apresentadas as alternativas para o manejo pós-desbridamento:

  • Alternativa A - Incorreta: O uso de retalho cutâneo pode ser uma opção para cobrir defeitos nos tecidos moles, mas não é a melhor escolha imediatamente após o desbridamento em um cenário de infecção ativa.
  • Alternativa B - Incorreta: Assim como a alternativa anterior, essa abordagem é mais indicada após o controle da infecção e estabilização do tecido afetado.
  • Alternativa C - Correta: A colostomia em alça é recomendada em casos de gangrena de Fournier com envolvimento anorretal, pois ajuda a evitar a contaminação fecal na área comprometida. Como a região perineal e genital já está danificada pela infecção e necrose, a presença de fezes pode piorar o quadro infeccioso e dificultar a cicatrização. A colostomia em alça desvia o trânsito fecal, criando um ambiente mais controlado e limpo, fundamental para a recuperação da área desbridadas.
  • Alternativa D - Incorreta: Embora a oxigenoterapia hiperbárica possa ser benéfica para a cicatrização de feridas e combate à infecção, não é a conduta principal logo após o desbridamento inicial em casos de gangrena de Fournier.

Portanto, a alternativa correta é a C.

Jovem de 20 anos é admitido em sala de emergência após acidente motociclístico há 2 horas. A equipe de resgate relata que houve grande deformidade da motocicleta, e a vítima foi ejetada por aproximadamente 13 metros. Foi resgatado hipotenso, taquicárdico, com alterações de nível de consciência. Durante o transporte foram realizados 1000 ml de ringer lactato, 1g de ácido tranexâmico e 2g de dipirona. É admitido em sala de emergência com os seguintes sinais vitais: pressão arterial: 70x40mmHg, frequência cardíaca: 130bpm, frequência respiratória: 25irpm, saturação periférica de oxigênio em uso de 5 l/min de O2: 90%, temperatura axilar: 35.9ºC. Chega em prancha rígida, sem colar cervical, com vias aéreas pérvias, ausculta reduzida a esquerda, timpânica, sem macicez, com crepitações dolorosas em hemitórax esquerdo; a direita não se nota alteração ao exame físico. Mantém-se com os mesmos sinais vitais de admissão, com bulhas rítmicas, não abafadas, sem sopros, sem estase jugular patológica. Na avaliação neurológica tem abertura ocular ao estímulo doloroso, obedece aos comandos verbais, porém está confuso e agitado. Pupilas isocóricas, fotorreagentes, sem déficits focais. Sem lesões ameaçadoras de vida no restante do exame físico. Na avaliação secundária, queixa-se de dor em hemitórax esquerdo e abdominal, mas não tem sinais de irritação peritoneal. Apresenta equimose em flanco esquerdo grande, não pulsátil. Pelve estável. Sem lesões de extremidades. O provável órgão sólido acometido responsável pelo choque hipovolêmico neste caso é:

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

Em um caso como este, o órgão mais comumente envolvido e responsável pelo choque hipovolêmico é o baço, dado o contexto e os sinais clínicos apresentados.

O jovem, que sofreu um acidente motociclístico há cerca de 2 horas, apresenta sinais clássicos de trauma, como a deformidade significativa da motocicleta e a ejeção do paciente a uma distância considerável. A equimose de grande porte no flanco esquerdo e a presença de crepitações dolorosas durante a ausculta no hemitórax esquerdo sugerem fortemente que o baço pode ter sido lesado, já que ele é um órgão altamente vulnerável a traumas contusos, como os causados por acidentes de alta energia. A ruptura do baço pode resultar em hemorragia interna significativa, o que, por sua vez, pode causar hipotensão e taquicardia, características do choque hipovolêmico, que são observadas neste paciente.

Embora outros órgãos possam ser afetados em traumas desse tipo, as características clínicas do caso indicam que o baço é o principal órgão comprometido, especialmente devido à equimose localizada no flanco esquerdo, o que é um achado sugestivo de lesão esplênica.

Resumo clínico:

  • Paciente do sexo masculino, 20 anos, admitido com sinais de choque hipovolêmico após acidente motociclístico.
  • Hipotensão e taquicardia, com alteração do nível de consciência.
  • Durante o transporte, foram administrados fluidos e medicamentos, incluindo 1000 ml de Ringer Lactato, 1g de ácido tranexâmico e 2g de dipirona.
  • Na admissão, sinais vitais incluem pressão arterial de 70x40 mmHg, frequência cardíaca de 130 bpm e saturação de oxigênio de 90% com suporte de O2 a 5 l/min.
  • Exame físico revela ausência de lesões no lado direito do tórax e sinais de lesão no hemitórax esquerdo, incluindo crepitações dolorosas e equimose no flanco esquerdo.
  • Na avaliação neurológica, o paciente está confuso e agitado, mas não apresenta déficits focais. Pupilas isocóricas e fotorreagentes.
  • Embora não haja sinais de irritação peritoneal, a dor no hemitórax e abdominal associada à equimose sugere a lesão esplênica.

Conclusão: A lesão do baço é a causa mais provável do choque hipovolêmico neste caso, considerando a combinação de achados clínicos e os sinais físicos apresentados.

Julgue o item a seguir, acerca de traumatismos toracoabdominais e geniturinários. Os traumatismos torocoabdominais contusos estão eventualmente associados com lesão do baço e do fígado. As lesões do baço, em sua maioria, necessitam de tratamento cirúrgico, ao passo que a maior parte das lesões hepáticas são tratadas conservadoramente.

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

```html

Tratamento conservador em trauma hepático e esplênico


Quando o assunto é trauma hepático e esplênico, uma das questões mais recorrentes nas provas é a escolha entre o tratamento conservador ou cirúrgico. Lembre-se: na maioria das situações, o tratamento para lesões no baço e fígado é conservador! Mas em que casos a abordagem cirúrgica é indicada?


No trauma esplênico, que geralmente ocorre em traumas fechados, a opção cirúrgica será considerada nas seguintes situações:

  • Instabilidade hemodinâmica;
  • Extravazamento de contraste em TC;
  • Discrasia grave;
  • Lesões de grau IV (laceração e hematoma) e grau V (lesão hiliar e pulverização do órgão).

Nos outros casos, o tratamento deve ser conservador, com observação contínua.


No trauma hepático, que é mais comum em traumas abertos por arma branca e o segundo mais frequente no trauma fechado, a conduta cirúrgica deve ser adotada quando houver:

  • Instabilidade hemodinâmica;
  • Lesões vasculares graves, como as de grau VI.

Em todos os demais casos, a abordagem conservadora deve ser mantida.


É importante destacar que, no tratamento cirúrgico de lesões hepáticas, a principal técnica utilizada é o tamponamento e a correção definitiva da lesão. Uma das manobras utilizadas é a manobra de Pringle, que consiste na oclusão temporária da tríade portal (artéria hepática, ducto biliar comum e veia porta). O objetivo dessa manobra é determinar a origem do sangramento:

  • Se o sangramento cessar, a lesão está relacionada a uma das estruturas clampeadas;
  • Se o sangramento persistir, o dano pode estar nas veias hepáticas e/ou na veia cava inferior retro-hepática.

Com isso, a tendência no tratamento é priorizar cada vez mais a abordagem conservadora.


A afirmativa está errada.

De acordo com o julgamento sobre traumatismos toracoabdominais e geniturinários, lesões contusas no tórax e abdômen, frequentemente, estão associadas a lesões no baço e no fígado. As lesões no baço, em sua maioria, requerem intervenção cirúrgica, enquanto as lesões hepáticas, em grande parte, são tratadas de forma conservadora.

```

Homem, 45 anos de idade, vítima de ferimento por arma branca (faca de cozinha) em região abdominal, durante tentativa de assalto. Trazido por familiares ao pronto socorro, com tempo de transporte de 20 minutos. Admissão: paciente contactante, fonação preservada, ausculta torácica sem alterações, frequência respiratória: 20 incursões/minuto, saturação periférica de O₂, em ar ambiente: 97%, frequência cardíaca: 88 batimentos/minuto, pressão arterial: 110 x 90 mmHg. Abdome plano com ferida corto contusa, de 3cm em região de flanco direito, com pequeno sangramento local. Na tentativa de exploração digital, não foi possível definir se houve penetração na cavidade. Qual deve ser a conduta inicial neste caso?

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Trauma por arma branca: conduta inicial

Quando um paciente é vítima de trauma por arma branca, a abordagem inicial depende da localização da lesão e do estado hemodinâmico do paciente. No caso de um paciente estável, a estratégia de manejo varia conforme a topografia da lesão.

Lesões abdominais anteriores: Se a ferida for localizada na parte anterior do abdome, a primeira conduta deve ser realizar uma exploração digital da ferida. Caso a ferida tenha penetrado na cavidade peritoneal, existem duas opções de manejo: a realização de laparotomia exploradora imediata ou a observação clínica do paciente por 24 horas, com hemograma a cada 8 horas. A escolha entre essas opções depende da estabilidade hemodinâmica do paciente, sendo que, em situações de estabilidade, a observação clínica tem se mostrado uma alternativa válida.

Lesões no flanco ou região posterior: Para traumas nessas regiões, é indicado realizar uma tomografia computadorizada (TC) com contraste triplo (venoso, oral e retal) para avaliar possíveis lesões no retroperitônio. Se houver dúvida no diagnóstico, pode ser indicada uma laparoscopia posteriormente.

Exemplo clínico:

Considerando um caso de um homem de 45 anos que sofreu ferimento por arma branca (faca de cozinha) na região abdominal durante tentativa de assalto, ele é trazido ao pronto-socorro por familiares após 20 minutos de transporte. Ao exame, o paciente está contactante, com sinais vitais estáveis (frequência respiratória: 20 incursões/minuto, saturação de O₂: 97%, frequência cardíaca: 88 bpm, pressão arterial: 110 x 90 mmHg). O exame físico revela um abdome plano com uma ferida corto-contusa de 3 cm no flanco direito, com pequeno sangramento. Não foi possível determinar, por meio da exploração digital, se a ferida penetrou na cavidade peritoneal. Nesse cenário, a conduta inicial deve ser solicitar uma tomografia computadorizada com contraste triplo para avaliar o retroperitônio e excluir lesões viscerais.

Análise das alternativas:

  • A: Incorreta: A laparotomia exploradora é indicada em casos de instabilidade hemodinâmica, peritonite ou evisceração, não sendo a primeira escolha para este caso.
  • B: Incorreta: A observação clínica poderia ser uma opção para lesões no abdome anterior, mas o uso de antibióticos não é indicado de forma rotineira.
  • C: Incorreta: A TC com triplo contraste é a conduta inicial para lesões no flanco. A laparoscopia seria indicada em caso de suspeita de lesão diafragmática.
  • D: Correta: No trauma por arma branca em flanco, a indicação correta é solicitar uma TC com contraste venoso para avaliar lesões retroperitoneais, como indicado no caso clínico.

Resposta correta: Alternativa D

Marcos, 50 anos, é encontrado inconsciente após uma queda de 3 metros. Na avaliação inicial, apresenta hipotensão, taquicardia e dor à palpação do epigástrio. A tomografia de abdome revela líquido livre na cavidade peritoneal. Qual é o manejo inicial mais apropriado?

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

O paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico e dor à palpação do epigástrio, sugerindo lesão intra-abdominal com hemorragia. A presença de líquido livre na tomografia confirma a suspeita de hemorragia intra-abdominal. O manejo inicial envolve estabilização hemodinâmica com reposição volêmica agressiva e preparação para laparotomia exploradora para controle da hemorragia. A laparotomia permite a exploração direta da cavidade abdominal e a reparação de lesões. Em casos de trauma abdominal com choque, a intervenção cirúrgica imediata é crucial para prevenir o agravamento da condição e melhorar a sobrevida do paciente. Lembre-se que comumente o FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é referido nas provas. Você provavelmente já ouviu falar dele nas aulas de cirurgia. Ele é um método rápido e eficiente para detectar líquido livre em pacientes com trauma abdominal e é frequentemente utilizado na avaliação inicial para decidir sobre a necessidade de laparotomia.

Explicação das alternativas:
  • A) Laparotomia exploradora - Correto. Indicado para controle da hemorragia em paciente com sinais de choque e líquido livre na cavidade peritoneal.
  • B) Observação clínica - Incorreto. Não é apropriado devido à instabilidade hemodinâmica do paciente.
  • C) Angiografia com embolização - Incorreto. Pode ser útil em alguns casos de sangramento localizado, mas não substitui a necessidade de laparotomia em pacientes instáveis.
  • D) Laparoscopia diagnóstica - Incorreto. Útil para diagnóstico em pacientes estáveis, mas não é o manejo inicial em casos de choque e suspeita de hemorragia ativa.

Homem, 27 anos de idade, foi admitido no Serviço de Emergência após colisão de automóvel contra anteparo fixo. A: via aérea pérvia. Saturação de oxigênio de 92% em ar ambiente; B: dor à palpação do tórax à direita na região inferior e linha axilar média. Hematoma e crepitação no local da dor; C: FC:90bpm e PA: 130x70mmHg. D: Glasgow de 15. Pupilas sem alterações; E: Diurese clara. Dorso sem alterações. Abdome indolor a palpação. Realizada tomografia de abdome demonstrada a seguir: Qual é a melhor conduta?!

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Em casos de hérnia diafragmática traumática, a correção cirúrgica é necessária.


Vamos revisar um tema crucial para as provas de residência: trauma abdominal contuso. Neste caso, um paciente apresenta histórico de trauma toracoabdominal contuso, com sinais clínicos que, à primeira vista, não são completamente específicos. No entanto, devemos prestar atenção em alguns detalhes importantes, como: saturação de oxigênio de 92%, hematoma e crepitação no tórax à direita.


Na ausência de exames de imagem, poderia se suspeitar de uma fratura de arcos costais, por exemplo. Essa fratura pode causar dor significativa e interferir na ventilação do paciente. Porém, ao avaliarmos a tomografia computadorizada (TC), observamos a presença de conteúdo abdominal no hemitórax direito, o que confirma o diagnóstico de hérnia diafragmática.


Importante: As rupturas diafragmáticas traumáticas são mais frequentemente encontradas no lado esquerdo, mas, em casos de trauma fechado devido a acidentes com veículos motorizados – como no caso deste paciente – o lado direito também pode ser afetado.


Quando ocorre a herniação de órgãos abdominais, é necessário realizar a redução desses órgãos de volta à cavidade abdominal, o que deve ser feito por meio de laparotomia.


Agora, vamos analisar as alternativas da questão:


  • A: Correta – Como discutido, o paciente possui histórico de trauma toracoabdominal contuso e foi diagnosticado com hérnia diafragmática à direita, visualizada na TC. O tratamento indicado é a laparotomia.

  • B: Incorreta – A redução dos órgãos abdominais e a correção da lesão diafragmática devem ser realizadas por meio de laparotomia. A drenagem torácica feita de forma inadequada pode causar perfuração das vísceras herniadas.

  • C: Incorreta – A correção da hérnia diafragmática e a redução dos órgãos abdominais devem ser feitas através de laparotomia. Procedimentos alternativos, como drenagem torácica, podem agravar a situação.

  • D: Incorreta – A laparotomia é o melhor tratamento para o envolvimento de órgãos abdominais. Além de corrigir a lesão diafragmática, ela permite a avaliação do restante do abdome, para identificar e reparar outras lesões não detectadas pela imagem.

Portanto, a alternativa correta é a letra A.


Resumo do caso:

  • Homem, 27 anos, admitido após colisão de automóvel contra anteparo fixo.
  • Saturação de oxigênio: 92% em ar ambiente.
  • Dor à palpação do tórax à direita, com hematoma e crepitação.
  • Frequência cardíaca: 90 bpm; pressão arterial: 130x70 mmHg.
  • Glasgow: 15; pupilas sem alterações.
  • Diurese clara e dorso sem alterações.
  • Abdome indolor à palpação.
  • Tomografia abdominal realizada: diagnóstico de hérnia diafragmática.

Paciente masculino, 30 anos, chega ao Pronto Socorro vítima de trauma abdominal fechado após agressão física. Queixa-se de dor abdominal. Encontra-se estável hemodinamicamente. Em relação a este caso, assinale a assertiva correta.

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

FAST negativo não exclui lesões de vísceras ocas em pacientes com trauma abdominal fechado.


Contexto Clínico:

Paciente do sexo masculino, 30 anos, chega ao pronto-socorro após sofrer trauma abdominal fechado devido a agressão física. Refere dor abdominal e encontra-se hemodinamicamente estável.


Alternativas:

  • A - Incorreta: Nos casos de trauma abdominal fechado, o baço é, de fato, o órgão mais frequentemente lesado, mas isso não deve ser generalizado a todas as situações de trauma abdominal. A avaliação completa deve incluir outros órgãos.
  • B - Incorreta: A hematúria macroscópica não é, por si só, uma indicação para laparotomia exploradora. O primeiro passo nesses casos é suspeitar de lesão renal ou vesical. Se o paciente não estiver instável, intervenções cirúrgicas agressivas não são indicadas de imediato.
  • C - Incorreta: Para a avaliação inicial de um paciente com trauma abdominal fechado, o mais indicado é realizar um exame FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) ou, se necessário, uma LPD (lavagem peritoneal diagnóstica). O uso de RX de abdome em AP não é prioritário nesses casos.
  • D - Correta: Um exame FAST negativo não é capaz de descartar completamente lesões em vísceras ocas, pois é um exame altamente dependente do operador e apresenta várias limitações. Entre essas limitações estão: obesidade do paciente, dificuldade em avaliar o retroperitônio e distensão abdominal que prejudica a qualidade da imagem. O FAST é útil principalmente para detectar líquidos livres, mas, se negativo, outros exames clínicos e físicos devem ser realizados para monitoramento contínuo do paciente.
  • E - Incorreta: A saída imediata de sangue vivo pela sonda nasogástrica (SNG) pode sugerir perfuração gástrica, porém o tratamento inicial não deve ser endoscópico, e sim cirúrgico, dada a natureza da lesão.

Informação adicional: Para que a lavagem peritoneal diagnóstica (LPD) seja considerada positiva, é necessário aspirar, pelo menos, 10 ml de fluido ou observar conteúdo gastrointestinal.


Resposta correta: Alternativa D.

(HAC - PR - HOSPITAL ANGELINA CARON, 2024) Lesão esplênica em trauma abdominal demonstrado na figura abaixo, classifica-se como:

Imagem Redimensionada Você acertou a questão!

Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

A classificação das lesões esplênicas é baseada na escala da American Association for the Surgery of Trauma, que é amplamente utilizada para avaliar a gravidade das lesões esplênicas e orientar o tratamento. A escala varia de Grau I a Grau V, sendo o Grau I o menos grave e o Grau V o mais grave.

  • Grau I: Hematoma subcapsular <10% da superfície esplênica ou laceração capsular <1 cm de profundidade.
  • Grau II: Hematoma subcapsular 10-50% da superfície esplênica ou hematoma intraparenquimatoso <5 cm de diâmetro; laceração capsular 1-3 cm de profundidade que não envolve vasos trabeculares.
  • Grau III: Hematoma subcapsular >50% da superfície esplênica ou expansivo, hematoma subcapsular rompido com sangramento ativo, ou hematoma intraparenquimatoso >5 cm ou expansivo; laceração >3 cm de profundidade ou envolvendo vasos trabeculares.
  • Grau IV: Laceração envolvendo vasos segmentares ou hilares com comprometimento vascular maior, devascularização esplênica de >25%.
  • Grau V: Baço completamente fragmentado ou desvacularizado.
Graus de lesões esplênicas.