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Trauma Abdominal

Paciente sexo masculino, 18 anos de idade, vitima de acidente (moto x moto) chega ao Pronto atendimento trazido por amigos. O mesmo é levado a sala vermelha com sinais de traumatismo torácico, traumatismo abdominal e em membros inferiores. O atendimento é feito com base no protocolo do ATLS e rapidamente é constatado que o paciente apresenta quadro de choque provavelmente hipovolêmico. Choque pode ser definido amplamente como uma perfusão inadequada dos tecidos, apresenta uma série de reações ou repercussões pelo organismo, que mesmo com o controle da perda volêmica, ainda ocasionam morbidade e mortalidade. Assinale a alternativa correta com relação ao choque hipovolêmico hemorrágico. I - Um dos mecanismos compensatórios é o desvio de sangue dos tecidos mais críticos para os tecidos menos críticos. II - A tríade letal que ocorre em pacientes em estado de choque é a acidose, hipotermia e coagulopatia. III - Segundo o ATLS a redução na pressão arterial somente ocorre na fase III do choque hemorrágico.

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

Vamos explorar as assertivas relacionadas ao choque hipovolêmico hemorrágico, com foco nas suas características e mecanismos compensatórios:


I - A ideia de que o sangue se desvia dos tecidos mais críticos para os menos críticos está equivocada. Na realidade, o corpo prioriza a perfusão dos órgãos mais essenciais, como o cérebro, o coração e os rins, desviando o fluxo sanguíneo dos tecidos menos vitais para preservar a função dos órgãos nobres, em uma tentativa de compensar a hipovolemia. Portanto, essa afirmativa é INCORRETA.


II - Essa afirmativa está CORRETA. O estado de choque promove a ativação do metabolismo anaeróbico como uma forma de manter a oxigenação e nutrição dos tecidos. O produto resultante dessa via é o ácido lático, o que leva à acidose metabólica, comum em pacientes traumatizados. Além disso, o trauma ativa a coagulação, o que pode resultar em coagulopatia. Outros fatores, como a perda de sangue, reanimação com fluidos não aquecidos, exposição do paciente e distúrbios neurológicos, também contribuem para o desenvolvimento de hipotermia.


III - A hipotensão, embora seja um dos sinais do choque, ocorre mais tardiamente, tipicamente após perdas de sangue superiores a 30% do volume total. Neste estágio, o paciente já se encontra em choque hemorrágico classe III. Portanto, essa assertiva está CORRETA.


Agora, considerando o caso clínico de um paciente masculino de 18 anos, vítima de acidente de moto e com sinais de traumatismo torácico, abdominal e nos membros inferiores, o quadro de choque hipovolêmico hemorrágico é confirmado. Choque pode ser descrito como uma perfusão inadequada dos tecidos, resultando em diversas repercussões no organismo, que, mesmo com controle da perda de volume, podem levar a sérias complicações. A alternativa correta sobre o choque hipovolêmico hemorrágico é:

  • I - INCORRETA: o desvio de sangue ocorre dos tecidos menos críticos para os mais críticos, e não o contrário.
  • II - CORRETA: a tríade letal do choque é caracterizada por acidose, hipotermia e coagulopatia.
  • III - CORRETA: a redução da pressão arterial ocorre apenas após perdas significativas de volume, durante a fase III do choque hemorrágico, segundo o protocolo ATLS.

Homem, 39 anos, vítima de ferimento único por arma branca em flanco esquerdo há 01 hora, foi transferido para um hospital de referência em trauma, consciente e orientado. Exame físico: saturação de O2= 100%, MV + bilateralmente, FC = 80 bpm, PA = 120 x 70 mmHg, abdome plano com discreta dor à palpação próximo ao local do ferimento, sem peritonismo. Realizada exploração do ferimento com evidência de violação peritoneal. RX de tórax, feito na sala de trauma, sem alterações. A próxima conduta nesse centro de referência em trauma é realizar

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

O paciente é um homem de 39 anos, que sofreu um ferimento único por arma branca no flanco esquerdo há 1 hora. Após a transferência para um hospital especializado em trauma, o paciente encontra-se consciente e orientado. Durante o exame físico, os sinais vitais são estáveis: a saturação de oxigênio é de 100%, o murmúrio vesicular está presente bilateralmente, a frequência cardíaca é de 80 bpm e a pressão arterial está em 120 x 70 mmHg. O abdome está plano, com discreta dor à palpação no local do ferimento, porém sem sinais de peritonismo. O RX de tórax realizado na sala de trauma não apresentou alterações. Ao ser explorado, o ferimento revelou violação peritoneal.

Considerando que o paciente está estável hemodinamicamente e não apresenta sinais de irritação peritoneal ou evisceração, a exploração local da ferida é a próxima conduta indicada. Caso a exploração revele lesões internas significativas, o paciente deve ser internado para observação, com exames físicos seriados e monitoramento da hemoglobina a cada 8 horas. Em situações como essa, devido à localização do ferimento no flanco e à estabilidade clínica do paciente, é fundamental solicitar uma tomografia computadorizada. Esse exame permitirá uma avaliação mais detalhada do traumatismo abdominal, especialmente das estruturas como fígado, baço e rins, além de fornecer uma visão mais clara do retroperitônio, que pode ser afetado pela lesão.

Um paciente de 63 anos de idade, vítima de atropelamento há cerca de 40 minutos, chegou à sala de emergência queixando-se de dor em hemitórax direito e abdome. Ao exame, encontrava-se com Glasgow 15, pulso de 92 bpm, PA = 140 mmHg X 90 mmHg e presença de escoriação em região toracoabdominal à direita. Apresentava murmúrio vesicular presente bilateralmente e abdome plano, flácido, pouco doloroso em hipocôndrio direito. Realizou tomografia computadorizada de abdome, que mostrou moderada quantidade de líquido na cavidade, com uma lesão hepática grau III em segmentos V e VI, com presença de blush, sem outras lesões avaliadas. A respeito desse caso clínico, julgue os itens: O líquido livre na cavidade pode ser justificado apenas em razão da presença da lesão hepática.

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Lesões hepáticas e sangramento abdominal: Um paciente de 63 anos foi atropelado há cerca de 40 minutos e apresentava queixa de dor no hemitórax direito e abdome. No exame inicial, ele estava com Glasgow 15, pulso de 92 bpm, PA de 140/90 mmHg e escoriação na região toracoabdominal à direita. O exame pulmonar revelava murmúrio vesicular bilateral, enquanto o abdome estava plano, flácido e levemente doloroso no hipocôndrio direito. A tomografia computadorizada de abdome indicou uma quantidade moderada de líquido livre na cavidade abdominal, além de uma lesão hepática grau III nos segmentos V e VI, com presença de blush e sem outras lesões detectadas.

Possível causa do líquido livre: Em casos como o descrito, a presença de líquido livre na cavidade abdominal pode ser explicada pela ruptura do parênquima hepático, que leva ao sangramento e à formação de hemoperitônio. A lesão hepática grau III, conforme observada na tomografia, pode resultar tanto em laceração subcapsular quanto em hematoma, ambos possíveis causadores de hemorragia interna e líquido na cavidade abdominal.

Afirmativa correta: A afirmação de que o líquido livre na cavidade abdominal pode ser justificado pela lesão hepática está correta. A ruptura do parênquima hepático pode causar o sangramento que resulta em hemoperitônio, um acúmulo de sangue na cavidade abdominal, como demonstrado no caso clínico. Portanto, o gabarito correto é a alternativa A.

  • A: Correta – A lesão hepática pode, de fato, ser responsável pela presença de líquido livre devido ao sangramento que ocorre no hemoperitônio.

Lucas, 25 anos, sofreu uma queda de cavalo e apresenta dor abdominal intensa e sinais de choque. A ultrassonografia FAST mostra líquido livre. Qual é a lesão mais provável?

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Em pacientes com trauma abdominal fechado e sinais de choque, a presença de líquido livre na ultrassonografia FAST sugere hemoperitônio, frequentemente causado por ruptura de órgãos sólidos como o baço ou o fígado. No contexto de uma queda de cavalo, a ruptura esplênica é altamente provável. A ruptura esplênica pode levar a hemorragia significativa, necessitando de intervenção cirúrgica imediata para controle do sangramento e estabilização do paciente.

LEMBRE-SE DA SEMIOLOGIA:
Você sabia que a ruptura esplênica pode apresentar o sinal de Kehr, que é a dor referida no ombro esquerdo devido à irritação do nervo frênico? Este sinal é um indicador importante em traumas esplênicos.
Explicação das alternativas:
  • A) Ruptura esplênica - Correto. Lesão comum em traumas contusos com presença de líquido livre e sinais de choque.
  • B) Perfuração intestinal - Incorreto. Pode causar peritonite, mas menos provável com base no mecanismo de trauma.
  • C) Lesão renal - Incorreto. Pode causar hematúria, mas menos provável com líquido livre significativo.
  • D) Hematoma retroperitoneal - Incorreto. Pode causar dor e distensão, mas menos provável com base nos achados clínicos.

João, 40 anos, foi vítima de um acidente automobilístico e apresenta dor abdominal difusa e sinais de choque hipovolêmico. A tomografia de abdome mostra lesão esplênica com extravasamento de contraste. Qual é a conduta mais apropriada?

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

Bom, nessa questão o paciente apresenta lesão esplênica com extravasamento de contraste, o que indica sangramento ativo. Este quadro é crítico e requer intervenção imediata para controle da hemorragia. O manejo adequado para lesão esplênica com extravasamento de contraste inclui a embolização angiográfica ou, em casos de instabilidade hemodinâmica, a esplenectomia. A embolização é uma técnica minimamente invasiva que pode controlar o sangramento sem a necessidade de cirurgia aberta. No entanto, a esplenectomia pode ser necessária se o paciente estiver hemodinamicamente instável.

Explicação das alternativas:
  • A) Observação e suporte hemodinâmico - Incorreto. Insuficiente para controlar sangramento ativo.
  • B) Embolização angiográfica - Correto. Indicado para controle do sangramento em pacientes estáveis.
  • C) Laparotomia exploradora com esplenectomia - Incorreto. Indicada apenas em pacientes instáveis.
  • D) Administração de fluidos e monitoramento - Incorreto. Não aborda o sangramento ativo de forma eficaz.

Fazem parte do Damage Control Resuscitation no atendimento do politraumatizado, todos os listados a seguir, EXCETO:

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

O damage control resuscitation (DCR), ou controle de danos, é uma abordagem essencial para pacientes politraumatizados, focada na rápida estabilização e restauração da homeostase, com a principal meta de prevenir a tríade letal: hipotermia, coagulopatia e acidose. Ao se aplicar essa estratégia, a hipotensão permissiva desempenha um papel crucial, especialmente no contexto de choque hemorrágico, onde reduzir o sangramento é uma prioridade. Essa abordagem se baseia no controle da pressão sanguínea, evitando níveis elevados que poderiam agravar o quadro hemorrágico por meio da ruptura de coágulos formados.

Em situações de trauma grave, a primeira medida é garantir que o paciente seja aquecido, começando já no atendimento pré-hospitalar, para evitar complicações relacionadas à hipotermia. A hipotensão permissiva, portanto, é uma técnica pensada para minimizar o sangramento excessivo em pacientes críticos.

  • Alternativa A - Correta: O uso de ácido tranexâmico é amplamente reconhecido no tratamento de trauma, sendo eficaz como agente hemostático e anti fibrinolítico.
  • Alternativa B - Incorreta: Para pacientes politraumatizados, o objetivo não é manter a pressão arterial em níveis "normais". Em vez disso, aplica-se a hipotensão permissiva para evitar o agravamento da hemorragia.
  • Alternativa C - Correta: O uso de cristaloides deve ser cuidadosamente controlado, alinhado com a estratégia de hipotensão permissiva.
  • Alternativa D - Correta: Hemocomponentes são fundamentais quando há perda significativa de sangue, sendo imprescindíveis no manejo do paciente com hemorragia grave.

Por fim, a questão pede para identificar a exceção no contexto do damage control resuscitation, e a alternativa B é a única que não se encaixa, tornando-a a resposta correta.

Homem, 19 anos de idade, foi vítima de ferimento por arma branca no dorso. Na sala emergência encontrava-se: A: Via aérea pérvia. Saturação de oxigênio de 98% em ar ambiente. B: Ausculta pulmonar sem alteração. C: PA: 140 x 80 mmHg; FC: 90 bpm; Tempo de enchimento capilar normal. FAST abdominal negativo. D: Escala de Coma de Glasgow: 15. E: Ausência de dor abdominal; sondagem vesical com diurese clara. Toque retal sem alterações. Ferimento na lateral há região lombar há esquerda. Realizada radiografia de tórax na sala de emergência, que não evidenciou alterações. Realizada hemostasia local. Qual é a melhor conduta neste momento?

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Resposta correta: letra B

Explicação da resposta correta:

A questão foi anulada, mas vamos analisar e discutir os pontos importantes para consolidar o aprendizado.


O caso descreve um paciente jovem, vítima de ferimento por arma branca (FAB), que não apresentou alterações em nenhum dos parâmetros do protocolo de avaliação ABCDE. Além disso, o exame FAST estava negativo e a radiografia de tórax não revelou alterações, o que é algo pouco frequente em questões dessa natureza.


No entanto, há uma informação crucial que falta ser discutida: qual a profundidade do ferimento? Seria de extrema importância realizar uma exploração digital da região ferida e detalhar essa informação na questão. Se o ferimento realmente envolvesse o rompimento da parede abdominal posterior, atingindo órgãos retroperitoneais, a conduta apropriada seria levar o paciente diretamente para a sala de cirurgia, com o objetivo de explorar o abdômen e investigar possíveis complicações. Porém, essa informação não foi fornecida no enunciado.


Se o rompimento da parede abdominal posterior não tivesse ocorrido, seria possível seguir com a conduta de sutura e monitoramento do paciente.


Portanto, a questão não está completamente resolvida com as informações fornecidas.


No caso descrito, trata-se de um homem de 19 anos que sofreu ferimento por arma branca na região do dorso. Ao ser atendido na sala de emergência, os seguintes parâmetros foram observados:

  • A: Via aérea patente, saturação de oxigênio de 98% em ar ambiente.
  • B: Ausculta pulmonar sem alterações.
  • C: Pressão arterial de 140 x 80 mmHg, frequência cardíaca de 90 bpm, tempo de enchimento capilar normal, exame FAST abdominal negativo.
  • D: Escala de Coma de Glasgow: 15.
  • E: Ausência de dor abdominal, sondagem vesical com diurese clara, toque retal sem alterações.

Foi identificado um ferimento na região lombar esquerda, e uma radiografia de tórax foi realizada, não encontrando alterações. A hemostasia local foi realizada com sucesso.

Qual a melhor conduta neste momento?

(HCPA - HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2024) A investigação complementar com imagem é prática frequente na avaliação dos quadros de dor abdominal em Serviços de Emergência não obstétricos. Para qual das situações clínicas abaixo a ultrassonografia é o exame inicial mais indicado?

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

  • A) Obstrução intestinal: Embora a ultrassonografia possa ser utilizada para identificar sinais de obstrução intestinal, como dilatação de alças intestinais e presença de líquido entre as alças, a tomografia computadorizada é geralmente preferida para uma avaliação detalhada da obstrução intestinal e suas causas, como tumores ou estrangulamentos.
  • B) Cálculo urinário: A tomografia computadorizada sem contraste é o exame de escolha para a avaliação de cálculos urinários, devido à sua alta sensibilidade e especificidade. A ultrassonografia pode ser utilizada em alguns casos, especialmente em pacientes grávidas, mas não é o exame inicial mais indicado para cálculos urinários​.
  • C) Ingestão de corpo estranho: A radiografia simples é geralmente o exame inicial mais indicado para a avaliação de ingestão de corpo estranho, pois muitos objetos ingeridos são radiopacos. A ultrassonografia pode não ser eficaz para detectar corpos estranhos, especialmente se forem radiotransparentes.
  • D) Trauma abdominal fechado: A ultrassonografia é o exame inicial mais indicado para pacientes com trauma abdominal fechado. A USG FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é uma abordagem rápida e não invasiva para detectar a presença de líquido livre na cavidade abdominal, que pode indicar hemorragia interna. A USG FAST é amplamente utilizada em emergências para avaliar pacientes com trauma abdominal fechado, especialmente quando o paciente está hemodinamicamente instável.

Homem, 53 anos, é admitido no serviço de urgência com a lesão demonstrada na figura a seguir. . Foi realizado desbridamento e antibioticoterapia conforme imagem apresentada a seguir. . A partir da evolução apresentada, qual é a conduta mais adequada neste momento?

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

Em casos de gangrena de Fournier com comprometimento perianal, após os cuidados iniciais, a colostomia em alça é indicada.

A gangrena de Fournier é uma condição de emergência extremamente grave e com risco elevado de óbito. Trata-se de uma fasciite necrotizante que se propaga rapidamente e afeta as regiões perineal, genital e perianal. Essa infecção polimicrobiana é causada por uma combinação de microrganismos aeróbios e anaeróbios, resultando em trombose vascular, isquemia e necrose tanto do tecido subcutâneo quanto das fáscias. Existem vários fatores que predispõem ao desenvolvimento dessa condição, como diabetes mellitus, imunossupressão, alcoolismo, obesidade, intervenções cirúrgicas na área urológica ou anorretal e traumas locais.

A patogênese dessa condição envolve a interação de diversos patógenos que contribuem para a rápida destruição dos tecidos. O mecanismo é caracterizado pela liberação de enzimas e toxinas pelas bactérias, levando a uma resposta inflamatória intensa, edema, trombose nos pequenos vasos e, eventualmente, necrose tecidual. O quadro clínico geralmente se manifesta por dor intensa nas regiões genital ou perineal, edema, eritema, presença de crepitação devido à formação de gás nos tecidos e febre.

O tratamento inicial da gangrena de Fournier envolve medidas de suporte hemodinâmico, administração de antibióticos de amplo espectro de forma empírica e a realização de uma intervenção cirúrgica para o desbridamento agressivo dos tecidos necrosados. Esse desbridamento é fundamental para diminuir a carga bacteriana e eliminar fontes de toxinas.

Após o desbridamento, a decisão sobre a melhor estratégia para o manejo do tecido exposto e ainda infectado é crucial. A seguir, são apresentadas as alternativas para o manejo pós-desbridamento:

  • Alternativa A - Incorreta: O uso de retalho cutâneo pode ser uma opção para cobrir defeitos nos tecidos moles, mas não é a melhor escolha imediatamente após o desbridamento em um cenário de infecção ativa.
  • Alternativa B - Incorreta: Assim como a alternativa anterior, essa abordagem é mais indicada após o controle da infecção e estabilização do tecido afetado.
  • Alternativa C - Correta: A colostomia em alça é recomendada em casos de gangrena de Fournier com envolvimento anorretal, pois ajuda a evitar a contaminação fecal na área comprometida. Como a região perineal e genital já está danificada pela infecção e necrose, a presença de fezes pode piorar o quadro infeccioso e dificultar a cicatrização. A colostomia em alça desvia o trânsito fecal, criando um ambiente mais controlado e limpo, fundamental para a recuperação da área desbridadas.
  • Alternativa D - Incorreta: Embora a oxigenoterapia hiperbárica possa ser benéfica para a cicatrização de feridas e combate à infecção, não é a conduta principal logo após o desbridamento inicial em casos de gangrena de Fournier.

Portanto, a alternativa correta é a C.

Uma família de 4 pessoas foi atendida em um hospital de referência de trauma na cidade de Belém vítima de um capotamento na estrada. A ambulância relata que o acidente ocorreu três horas antes da chegada deles ao hospital. Todos estavam de cinto e nenhum foi ejetado no carro, todos foram encontrados conscientes e orientados e sem sinais de sangramento externo. O motorista apresentava-se com fc:120, pa de 80x40 mmhg, pálido, sudorético e com dor abdominal intensa. Após reposição volêmica, não houve melhora dos parâmetros hemodinâmicos ou da dor abdominal. Foi indicado laparotomia e durante a cirurgia o paciente manteve-se hipotérmico, hipotenso e com acidose. Foi encontrado uma lesão grau IV no baço. O tratamento mais adequado para este caso é:

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Resposta correta: letra E

Explicação da resposta correta:

Comentário: Quando lidamos com pacientes que apresentam trauma esplênico contuso acompanhado de instabilidade hemodinâmica e resistência à reposição volêmica, a esplenectomia total é a conduta indicada. Este tipo de lesão, especialmente se associada ao choque hipovolêmico, pode evoluir rapidamente para complicações graves, como a tríade letal, que inclui coagulopatia, hipotermia e acidose metabólica. A retirada do baço é essencial para evitar que o quadro do paciente se agrave e ele entre em parada cardiorrespiratória (PCR).

O caso descrito envolve um paciente com um trauma esplênico grau IV, o que indica uma lesão grave. O paciente apresentou sinais de instabilidade hemodinâmica, com pressão arterial extremamente baixa, frequência cardíaca elevada e dor abdominal intensa, sem resposta à reposição volêmica. Durante a laparotomia, a manutenção da hipotensão, hipotermia e acidose confirma a gravidade da condição. Nesse cenário, a esplenectomia total é a conduta mais adequada para salvar a vida do paciente, removendo a fonte principal do sangramento.

Além disso, é importante lembrar que, mesmo em lesões esplênicas grau V, se o paciente não apresentar instabilidade hemodinâmica, pode-se considerar a esplenectomia. No entanto, na presença de instabilidade, a esplenectomia total é sempre a prioridade.

  • Alternativa A: Incorreta - A técnica de empacotamento do baço com compressas não é indicada nesse tipo de trauma grave, onde a instabilidade hemodinâmica e a lesão esplênica exigem uma solução mais definitiva, como a esplenectomia.
  • Alternativa B: Incorreta - A esplenorrafia, que envolve suturar o baço lesionado, não é mais uma prática comum no tratamento de trauma esplênico, principalmente em lesões graves. Esse procedimento era utilizado em lesões menores (graus I-III), mas atualmente está associado a riscos elevados de hemorragias secundárias.
  • Alternativa C: Incorreta - Embora a cirurgia de controle de danos, que inclui uma abordagem temporária com reabordagem posterior, seja uma opção em outros contextos, ela não é adequada para este caso, onde a instabilidade hemodinâmica exige uma intervenção definitiva.
  • Alternativa D: Incorreta - A esplenectomia parcial não é indicada para lesões esplênicas graves, como a encontrada neste paciente. A remoção total do baço é a única conduta eficaz em situações de instabilidade e trauma severo.
  • Alternativa E: Corretta - A esplenectomia total é, de fato, a conduta correta no tratamento do trauma esplênico contuso com instabilidade hemodinâmica grave, como descrito no caso.

Algo a mais: Vale ressaltar que a tríade letal (CHÁ da morte) - coagulopatia, hipotermia e acidose - é um conjunto de condições que pode ser fatal se não tratada rapidamente. A remoção do baço é crucial para evitar que o paciente evolua para esse quadro, que pode ser irreversível.

Sobre as laparotomias exploradoras no trauma abdominal fechado, assinale a alternativa CORRETA:

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Questão sobre Trauma Abdominal Fechado e Laparotomia Exploratória

O trauma abdominal refere-se a lesões causadas diretamente na região abdominal ou que resultam em danos às estruturas localizadas nessa área. A avaliação e manejo desse tipo de trauma dependem de vários fatores, como o mecanismo do trauma, a intensidade das forças envolvidas, o local do ferimento e o estado hemodinâmico do paciente, os quais orientam a escolha dos métodos de avaliação da cavidade abdominal e pélvica. O trauma pode ser classificado como fechado ou penetrante:

  • Trauma fechado: Ocorre sem penetração ou abertura da pele ou de outras camadas do corpo. Esse tipo de trauma pode resultar em compressão ou esmagamento de órgãos abdominais e pélvicos.
  • Trauma penetrante: É caracterizado pela ruptura da pele e dos tecidos subjacentes, como em ferimentos causados por armas brancas ou projéteis de arma de fogo.

Quando um paciente apresenta uma lesão abdominal, é essencial identificar possíveis danos na área afetada e iniciar um tratamento adequado, muitas vezes envolvendo intervenção cirúrgica. A laparotomia está indicada em situações de trauma abdominal com sinais clínicos de hemorragia ou em casos de ferimentos penetrantes, como os causados por arma branca ou arma de fogo, que resultam em penetração da cavidade peritoneal ou evisceração.

É importante destacar que, ao realizar uma Tomografia Computadorizada (TC), o paciente deve ser transportado adequadamente e o exame requer o uso de contraste endovenoso. Além disso, é necessário avaliar não apenas o abdômen superior e inferior, mas também a pelve e o tórax inferior. A TC é indicada quando o paciente está hemodinamicamente estável e não há necessidade imediata de laparotomia, pois a tomografia pode fornecer informações detalhadas sobre lesões nos órgãos abdominais e pélvicos. Ela é útil para detectar lesões retroperitoneais e pélvicas, cujas avaliações por métodos como exame físico, FAST ou LPD podem ser difíceis.

Análise das alternativas:

  • A - Incorreta: A laparotomia é indicada em casos de trauma abdominal com evidências clínicas de hemorragia ou quando há penetração da cavidade peritoneal e evisceração. Portanto, a alternativa está equivocada.
  • B - Incorreta: A laparotomia deve ser considerada em casos de trauma abdominal com sinais de hemorragia e em ferimentos penetrantes, como os causados por arma branca ou de fogo. Assim, esta alternativa também está incorreta.
  • C - Incorreta: A laparotomia é, de fato, indicada nesses casos de trauma abdominal, pois ela permite a identificação de lesões e a realização de intervenções cirúrgicas. Portanto, a alternativa está errada.
  • D - Correta: Apesar da realização de uma TC, a laparotomia pode ser indicada, especialmente em situações onde há a presença de retropneumoperitônio, como mencionado na questão. Isso evidencia que, mesmo após a tomografia, pode ser necessária uma correção cirúrgica imediata.

Resposta correta: Alternativa D

Assinale a alternativa que contém corretamente uma indicação absoluta de abordagem cirúrgica de urgência em um caso de trauma abdominal contuso:

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Resposta correta: letra D

Explicação da resposta correta:

Trauma abdominal contuso: abordagem e indicação de laparotomia

Em casos de trauma abdominal contuso, a abordagem difere da do trauma penetrante. Mesmo que o paciente esteja estável hemodinamicamente, o exame FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) pode identificar líquido intra-abdominal, o que indica a necessidade de laparotomia exploratória em caso de instabilidade clínica. A presença de sinais de peritonite também exige exploração abdominal imediata, visando avaliar possíveis lesões em vísceras ocas.

No entanto, nem todos os pacientes com trauma abdominal contuso necessitam de cirurgia imediata. Aqueles que não apresentam sinais de instabilidade hemodinâmica ou lesões evidentes nas vísceras podem ser monitorados e submetidos a exames adicionais para avaliar lesões intra-abdominais, conforme indicado no fluxograma de manejo. Com base nisso, podemos analisar as alternativas abaixo e discutir se há necessidade de laparotomia exploratória nos cenários apresentados:

  • Alternativa A - Incorreta: O paciente descrito não apresenta lesão de víscera oca, como o duodeno, pois não há extravasamento de conteúdo. Além disso, está estável hemodinamicamente, o que exclui a necessidade de cirurgia imediata.
  • Alternativa B - Incorreta: A lesão esplênica indicada (laceração de 2 cm de parênquima e hematoma subcapsular de 40% da área de superfície) corresponde a um grau II, que não exige tratamento cirúrgico imediato.
  • Alternativa C - Incorreta: Embora o fígado seja uma víscera maciça, o paciente está respondendo bem às intervenções iniciais. De acordo com o fluxograma, o tratamento conservador é a opção indicada, sem necessidade de laparotomia.
  • Alternativa D - Correta: A lesão pancreática, mesmo em paciente estável hemodinamicamente, exige laparotomia exploratória. Esta é a alternativa correta, pois a lesão pancreática tem indicação cirúrgica independente da estabilidade clínica.
  • Alternativa E - Incorreta: Como já discutido, a alternativa D é a única correta, logo, a alternativa E está incorreta.

Gabarito: A alternativa correta é a letra D.

(HAC - PR - HOSPITAL ANGELINA CARON, 2024) Lesão esplênica em trauma abdominal demonstrado na figura abaixo, classifica-se como:

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Resposta correta: letra C

Explicação da resposta correta:

A classificação das lesões esplênicas é baseada na escala da American Association for the Surgery of Trauma, que é amplamente utilizada para avaliar a gravidade das lesões esplênicas e orientar o tratamento. A escala varia de Grau I a Grau V, sendo o Grau I o menos grave e o Grau V o mais grave.

  • Grau I: Hematoma subcapsular <10% da superfície esplênica ou laceração capsular <1 cm de profundidade.
  • Grau II: Hematoma subcapsular 10-50% da superfície esplênica ou hematoma intraparenquimatoso <5 cm de diâmetro; laceração capsular 1-3 cm de profundidade que não envolve vasos trabeculares.
  • Grau III: Hematoma subcapsular >50% da superfície esplênica ou expansivo, hematoma subcapsular rompido com sangramento ativo, ou hematoma intraparenquimatoso >5 cm ou expansivo; laceração >3 cm de profundidade ou envolvendo vasos trabeculares.
  • Grau IV: Laceração envolvendo vasos segmentares ou hilares com comprometimento vascular maior, devascularização esplênica de >25%.
  • Grau V: Baço completamente fragmentado ou desvacularizado.
Graus de lesões esplênicas.

Homem de 22 anos, longilíneo, magro, tabagista, encaminhado do pronto-socorro após tratamento do segundo episódio de pneumotórax espontâneo. Você indica para complementar a investigação:

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Resposta correta: letra A

Explicação da resposta correta:

Resumo do caso e conduta: Em relação ao caso apresentado, temos um paciente jovem, magro e tabagista, com história de pneumotórax espontâneo recidivado. O principal objetivo é orientá-lo sobre a cessação do tabagismo e identificar o exame mais apropriado para avaliar a arquitetura pulmonar após o tratamento de um pneumotórax recidivado. A seguir, explicaremos sobre pneumotórax espontâneo e a escolha do exame para avaliação pulmonar.

Pneumotórax espontâneo: Essa condição ocorre predominantemente em homens jovens, magros e tabagistas. Geralmente, surge em repouso, mas também pode ser desencadeada por atividades físicas intensas. O paciente apresenta dor torácica e dispneia progressiva. No exame físico, observam-se sinais como hipertimpanismo à percussão e diminuição dos sons respiratórios no hemitórax afetado. O pneumotórax pode ser classificado como primário, quando ocorre sem doença pulmonar subjacente, ou secundário, associado a condições como DPOC, asma ou doenças intersticiais. No pneumotórax primário, o tabagismo favorece a formação de blebs e bullae (vesículas e bolhas subpleurais) que podem se romper, causando o colapso pulmonar.

Diagnóstico e tratamento: O diagnóstico é feito por meio do exame físico e exames radiológicos. A radiografia de tórax é o exame inicial, mostrando hipertransparência entre as pleuras e, em casos graves, desvio do mediastino. A tomografia computadorizada (TC) de tórax é considerada o padrão-ouro para avaliação mais detalhada. O tratamento depende do tamanho do pneumotórax e dos sintomas. Pneumotórax pequeno e assintomático pode ser tratado com observação, enquanto os maiores ou sintomáticos requerem aspiração ou drenagem. Em casos recidivados ou graves, pode ser indicada a toracoscopia ou toracotomia. A cessação do tabagismo é essencial, pois é o principal fator de risco para a recidiva.

Análise das alternativas:

  • A: Correta - A orientação para a cessação do tabagismo é adequada, uma vez que o tabagismo é o principal fator de risco para a recidiva de pneumotórax espontâneo. A tomografia computadorizada (TC) de tórax é o exame mais indicado para avaliar a arquitetura pulmonar após o tratamento, pois oferece alta sensibilidade para detectar defeitos e pneumotórax residual.
  • B: Incorreta - Embora a orientação sobre o tabagismo seja correta, a ressonância magnética (RM) do tórax não é indicada para a avaliação da arquitetura pulmonar após pneumotórax. O exame mais indicado é a TC de tórax, que oferece melhor sensibilidade para detectar alterações estruturais no pulmão.
  • C: Incorreta - A cessação do tabagismo é, de fato, recomendada, mas a ressonância magnética não é o exame ideal para a avaliação da arquitetura pulmonar. A TC de tórax é a melhor escolha devido à sua alta sensibilidade e eficácia na detecção de defeitos pulmonares após o tratamento.
  • D: Incorreta - Embora a orientação sobre parar de fumar seja correta, a videotoracoscopia não é indicada para avaliação da arquitetura pulmonar, pois é um procedimento invasivo. A TC de tórax é o exame mais apropriado para essa finalidade, pois é menos invasivo e oferece boa sensibilidade.
  • E: Incorreta - A orientação para cessar o tabagismo é correta, mas a ressonância magnética do tórax não é indicada. A TC de tórax deve ser solicitada, pois ela tem melhor sensibilidade para avaliar a arquitetura pulmonar do que a RM.

Conclusão: A alternativa correta é a A, que recomenda a cessação do tabagismo e a realização da TC de tórax para avaliação da arquitetura pulmonar, sendo a melhor abordagem para a prevenção e acompanhamento de pneumotórax espontâneo recidivado.